01/06/2011

INCERTO


Comecei a tirar meus pés daquelas meias cinzas, depois de um monótono dia qualquer aproximadamente ás 19h. Estava exausta e minhas pernas gritavam, clamavam por descanço. A primeira coisa que vi ao cruzar a sala era você, tão revoltantemente estirado nos lençóis, misturado ao cheiro de cigarro  que a casa conhecia muito bem. Uma cena já vista tantas vezes com ódio era agora vista com dor. As lembranças me atiraram numa nostalgia angustiante. O grito ansiava. Pulava. Gritava no oco. Era mais sofrimento do que eu poderia aguentar. Me senti desfalecer por horas mas aquela consciência se tornava ainda mais poderosa em mim. Quando me vi sentada sozinha naquela sala cor de pastel reparei que as cores que imaginei eram você. E você já não estava lá. Não estava pois meu orgulho lhe espulsou. Lhe colocou na rua, jogado sem dó, sem pena.
É esquisito imaginar que eu fui eu mesma e agora sou você. Apenas você. O problema é que você está ausente e eu já não consigo viver assim. Vou me punir até que te tenha de volta. Pelo menos nas doces lembranças que se apagaram dos meus olhos. Pelo menos no amargo cheiro de cigarro que fazia com que minha boca se enchesse de amor. Amor por ti.

4 comentários:

Anônimo disse...

O amor e suas faces, não vivemos com algumas delas e não somos nada sem tantas outras.

Anônimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...

Concordo com a fernanda ...

Gostei muito do seu blog, selinho pra vc ai : http://i54.tinypic.com/a1n95z.jpg

Beijos :]

http://oletitbe.blogspot.com/

Tempestade disse...

Quando amamos de verdade, somos capazes de amar até as covardias do outro.
Amor é isso. Muitas vezes temos que engolir o orgulho e pedir perdão. Mas sem nos anular, afinal também merecemos ser muito amados.

bjinhos

Nina

* estou levando o teu link p/ o
www.devaneios-fragmentos.blogspot.com

Postar um comentário

Comentários